domingo, 30 de dezembro de 2012

Realidade

Agora, meu post de fim de ano.

' Havia uma conferência internacional de filósofos no Havaí, cujo o tema era a Realidade. Durante três dias Daisetz Teitaro Suzuki não disse nada. Finalmente, o presidente voltou-se a ele e perguntou: "Dr. Suzuki, o senhor poderia dizer se esta mesa, em torno da qual estamos sentados, é real ?" Suzuki levantou a cabeça e disse Sim. O presidente perguntou em que sentido Suzuki pensava que a mesa era real. Suzuki disse: "Em todos os sentidos". '

John Cage - De segunda a um ano - trad. Rogério Duprat

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

sangue

Fui em 2 dermatologistas, ambos consulta particular. Um falou que era psoríase. O outro falou que definitivamente não era, dado o caso agudo. Falaram que poderia ser reação de remédios ou uma exoneração dos remédios homeopáticos.

O que eu acho? A explicação p/ isto, é que o meu sangue ainda ferve! 

Quanto a pele, já está sarando.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

(...) quem chora no cinema ao ver o reencontro de pai e filho; (...)
quem se ri das próprias rugas; (...)
quem procura na cidade os traços da cidade que passou; (...)
quem diz a uma visita pouco familiar: Meu pai só gostava desta cadeira; (...)
quem se lembra todos os dias do amigo morto;
quem jamais negligencia os ritos da amizade;
quem, não tendo o hábito de beber, liga o telefone internacional no segundo uísque a fim de conversar com amigo ou amiga;
quem passa mais de dez minutos a fazer mágicas para as crianças;
quem guarda as cartas do noivado com uma fita;
quem sabe construir uma boa fogueira;
quem não se acanha de achar o pôr-do-sol uma perfeição;
quem se desata em sorriso à visão de uma cascata ;
quem visita sozinho os lugares onde já foi feliz ou infeliz;
quem sente pena da pessoa amada e não sabe explicar o motivo;
todos eles são presidiários da ternura e andarão por toda a parte acorrentados, atados aos pequenos amores da armadilha terrestre.

O texto do Paulo Mendes Campos são meus votos de feliz Natal e próspero ano novo!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Invocação Irada

Invocação Irada – Carlos Drummond de Andrade

Ficou o nome no tempero da comida,
nas fibras da carne
na saliva,
no ouro da mina ficou o nome.

Ó nome desleal que me escavacas
qual se fosses punhal ou fero abutre,
que te fiz para assim permaneceres
dentro de meu ser, se fora dele
não existes nem notícia te preserva?

Foge, foge de mim para tão longe
quanto alcance a mente humana delirante.
Suplico-te que deixes
um vácuo sem esperança de lotar,
amplo, soturno espaço irremediável,
mas deixa-me, larga-me, evapora-te
de toda a vida minha e meu pensar.

Sei que não me escutas,
és indiferente a todo apelo
nem dependes de teu próprio querer.
Gás flutuante,
perversa essência eterna torturante,
vai-te embora, vai,
anel satânico de vogais e consoantes
que esta boca repete sem querer.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012


      KITCHEN
  let us maKe
      of thIs
      modesT
        plaCe
    a room Holding
tons of lovE
       (&, Naturally, much good food, too)

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

mais um ano

E não é que o planeta deu mais uma volta ao redor do Sol? Graças a Deus!

Eu, há um ano: http://neuroseshomeopaticas.blogspot.com.br/2012/03/nascer-do-sol-no-dia-12122011-meu.html

Existe uma máxima na psicologia existencialista que diz algo do tipo: "é na angústia que o EU se enxerga com MAIS autenticidade". Concordo com ela, aprendi muito neste ano que se passou. Agradeço a todos, familiares, amigos, professores, colegas e namoradas e ex namoradas, claro!

Amanhã é dia de tomar uma Skol!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

curtas

Recebi um super elogio de uma amiga dizendo que sorriu mais neste blogue do que durante toda a semana. Além deste, ela fez outros elogios muito sinceros. Ela é uma fofa e de uma inteligencia fora do comum, mas é muito nova para mim, mais de 10anos de diferença de idade.

sábado, 8 de dezembro de 2012

vazio agudo
ando meio
cheio de tudo

[P.L.]

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo

Vi o filme "Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo". 

É um road-movie feito que conta a história de um geólogo em viagem de trabalho para a construção de um canal pelo Nordeste. Ele é filmado em "primeira pessoa", isto é, não vemos a personagem hora nenhuma, somente sua narração e ao longo desta vamos percebendo seu sofrimento devido ao "pé-na-bunda" que ele levou de sua "galega". O amor e o ódio estão claramente na película, ainda que  mostrado somente pela ótica masculina, explicitada em elementos como a profissão da personagem, suas reflexões, a áridez do sertão. Um filme para corações partidos.

Abaixo está o trailer:
“Esta palavra saudade,
aquele que a inventou,
A primeira vez que a disse
com certeza que chorou”

Afonso Lopes Vieira

domingo, 2 de dezembro de 2012

Cartas de Amor

"(...) Ela toma a carta e, com este gesto, toca uma mão muito distante. Para isso se escrevem cartas de amor. Não para dar notícias, não para contar nada, não para repetir coisas por demais sabidas, mas para que mãos separadas se toquem, ao tocarem a mesma folha de papel. (...)
O amante que escreve alonga seus braços para um momento que ainda não existe. A amante que lê alonga seus braços para um momento que não mais existe. A carta de amor é um abraçar do vazio... (...) Mesmo antes de ser lida, ainda dentro do envelope fechado, tem a qualidade de um sacramento: presença sensível de uma felicidade invisível..."

O Retorno E Terno - Rubem Alves

São Paulo

Estive em SP, capital, este último final de semana. Já estava querendo fazer esta viagem há muito tempo, mas os preços das passagens aéreas sempre estavam proibitivos, em quase todos os finais de semana que verificava. Quando os amigos Mari e Cão falaram que estavam indo de ônibus, surgiu a boa companhia necessária para a viagem. Não hesitei. Imediatamente liguei para o amigo Mafra e pedi uma hospedagem que foi prontamente atendida.

Além da Mari e do Cão, John, um arquiteto alemão de passagem pelo Brasil nos acompanhou. Nós chegamos na rodoviária do Tieté e nos dirigimos para tomar um café no Bella Paulista, idéia que Mari deu e eu curti: tomei um café "de hotel" super reforçado.


  

 

Peguei um metrô e fui até a estação do Alto do Ipiranga, a onde o Mafra me pegou com seu ford Ka. A tarde, após deixarmos sua esposa no trabalho, fomos apostar nos cavalos no jóckei. Gostei  programa.  Chegamos no final do 1 páreo, com tempo suficiente para acompanhar toda a apresentação dos cavalos p/ o 2 páreo. Apostei R$10 em 2 cavalos que errôneamente julguei capacitados para o páreo, mas eles chegaram na última e penúltima colocação =| Na segunda corrida, apostei em um cavalo mais bem cotado e ele chegou em segundo lugar, que me 

À noite fomos num restaurante chinês recomendado pelo Mafra, o Chifu, no liberdade. Demorei a perceber que se tratava de um verdadeiro restaurante chinês: as garçonetes falam pouquíssimo portugues, escrevem o pedido em chinês. Parecem importadas pela máfia. Os pratos não são exatamente aqueles tradicionais que concebemos como comida chinesa (e.g. frango xadrez), apesar de possuirem pratos tradicionais como o arroz Chau-Chau.

Na saída do restaurante propus que a turma fosse comigo ao bar Tribunal na Vila Madalena para encontrar a Mayara, outra amiga que fiz este ano. O GPS do celular indicava 5km de distância, mas a única coisa que é ruim em São Paulo é que tudo é parece mais longe do que realmente é. O tempo estava chuvoso, e o carro do Mafra, um Polo automático, estava cheio e não conseguiu subir um morro molhado pela chuva. Assim todos resolveram ir embora e eu peguei um táxi p/ ir ao bar.

Chegando lá, o bar já estava fechando (imaginei que pudesse conseguir uma dose de whisky a parte, mas diferentemente daqui de Minas, eles foram irredutíveis). A turma da Mayara é legal e ela, mais ainda. Fomos, sem muitas opções aparentes, ao Morrison Rock Bar. A banda cover era razoável, mas valeu pela gandaia!



No domingo, Mafra e Nat me levaram num restaurante oriental, mas de uma rede inglesa, segundo o que o Mafra me falou. O Ping Pong é sensacional, exceto o preço. A maioria dos pratos são tipo guiosas cozidos no vapor, mas tem também rolinhos da primavera e costelinhas de porco fritas. Tudo muito gostoso!

De lá, fomos no supermercado comprar coisas p/ casa do Mafra e cerveja p/ tomarmos logo à noite na casa do Bóris.




   

sábado, 1 de dezembro de 2012

mensalão

Ótima matéria da FSP com o resumo (até agora) das penas do mensalão: http://db.tt/R12oRqAp


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Sonho

Estava em casa c/ um casal de amigos. Realmente não sei quem são as pessoas. Se soubesse e não pudesse contar, escreveria aqui. Estávamos na minha antiga casa em Nova Lima, onde todos aprontávamos e iríamos em alguma boate na Seis Pistas (o lugar mais parecia aonde era aquele route66). O casal, no entanto, foi  p/ lá muito cedo, tipo umas 20hrs e eu fui sozinho no Escort. Como lá estava vazio resolvi voltar em casa. Na realidade eu não estava pronto, precisava trocar de roupa. Mas antes acompanhei o casal até a porta, na verdade até um pequeno balcão antes da entrada, a onde também se vendia bebidas. A amiga insistia p/ que eu ficasse c/ a irmã dela (tb não sei quem é), mas eu não estava dando muita idéia p/ o arranjamento, devido ao meu jeito um pouco blasé. Mas enquanto confabulávamos, ela me dava muita atenção encostando seu rosto no meu ombro entre eu e o namorado... Voltando a porta da boate, resolvi abrir o capô do Escort para verificar alguma coisa e percebi q o farol estava torto. 2 guardadores de carro vieram me ajudar a ajeitar o farol (s/ que eu pedisse), amarrando-o c/ arame. Enquanto isto mostrava os outros reparos no veículo que já havia feito.

Logo depois estava pronto, de volta ao local. O casal e a irmã vieram até a porta/fumôdromo me ver. A irmã estava c/ um vestido que deixava a lateral da perna à mostra. Isto animou-me. Entrei na boate e logo pedi uma cerveja no balcão. Quando caminhei alguns passos, vi que tinha esquecido a cerveja no local. Volto e a garçonete entrega-me a cerveja. No meio da boate, encontro meu amigo Ugo, quem não vejo há muitos anos. Ele está chateado porque teria que voltar à sua casa, pois uma de suas havaianas havia rasgado. Resolvo ir com ele.

No caminho, paramos num posto e uns senhores de meia idade pedem a ajuda a Ugo para levar uns fios até até a rua próxima. Fiquei sem graça de não ajudar também, mas estava preocupado em sujar a roupa, coisa que acontecia com o Ugo. Na mesma rua do são Bento, os senhores (eram pelo menos uns 5) mostram que querem atravessar os cabos pela rua, p/ levarem energia da garagem de um prédio ao outro, pois metade da rua estava s/ luz. Puta gambiarra. Resolvo não comentar nada, pensei "é mais fácil esperar a Cemig manobrar a rede a ter que fazer isto...".

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Suedehead • Morrissey

"(...) Why do you come here
You had to sneak into my room
'just' to read my diary
"It was just to see, just to see"
(All the things you knew I'd written about you...)
Oh, so many illustrations
Oh, but
I'm so very sickened
Oh, I am so sickened now (...)"

sábado, 17 de novembro de 2012

Aprenda ELT no CEFET

Fanzine que eu fiz com meus colegas na época de Cefet. Relembrar é viver!

http://www.reocities.com/area51/dunes/6889/

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Era uma vez eu, Verônica


Ontem fui ver o filme "Era uma vez eu, Verônica". Escolhi o filme pela atriz, Hermila Guedes, a mesma de "O céu de Suely". Chegando lá, vi que se tratava da pré-estreia do filme e não havia mais ingressos. Mesmo assim uma mulher fez a gentileza de colocar mais 4 cadeiras na sala, das quais a primeira eu ocupei. Ainda acabei conhecendo o diretor do filme, Marcelo Guedes. O filme é de uma pureza, as dificuldades da vida, de uma maneira brasileira, pelo ponto de vista do personagem da Hermila, uma psiquiatra em início de carreira. Chamo atenção para a edição de som com destaque para o barulho de carros retratando o stress da vida urbana. Tudo o que o cinema brasileiro tem de melhor atualmente!

Sinopse aqui http://www.soubh.com.br/plus/modulos/filme/ver.php?cdfilme=615&layout=soubh

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Diferenças entre tirar foto no modo automático e no manual


Modo automático (sem flash)

Modo manual 1/80s - F/9

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Cogito - Torquato Neto

"eu sou como eu sou
pronome
pessoal intransferível
do homem qu iniciei
na medida do impossível
(...)"

sábado, 3 de novembro de 2012

caixa sifonada fotos

Reparo realizado em caixa sifonada do meu apartamento (foi só trocar o tampão de PVC).




quinta-feira, 1 de novembro de 2012

"Escrevo para aliviar o coração"

Quando minha namorada terminou comigo e eu comecei a ter crises de ansiedade, passei a escrever um diário, feito à mão,  caneta e papel. Meu analista gostou da idéia e pelo meu discurso disse que a ex-namorada, com quem continuava ficando e tentava reatar, também deveria estar fazendo o mesmo, isto é, escrevendo um diário.

E foi com este intuito que, com muito carinho, na composição de seu presente de aniversário (várias coisas), comprei um pequeno caderno de capa preta com detalhes brancos e uma boa caneta, para que ela pudesse escrever e pensar sobre a sua vida.

Mas era tarde demais, ela já saia com outro ao mesmo tempo. Ao encontrar com ela 1 mês depois para trocar os presentes, eu "nada" ganhei... Só perdi...

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Pablo Neruda

Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.

A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.

*retirado do facebook da Tatiana

domingo, 28 de outubro de 2012

"Sigo escrevendo  esta  emoção 
louca  tentando  despistar  que não sou louco  e  chorando  digo: 
gente  não sou louco,  sou músico,  engenheiro do DER e do mundo, 
viajante...,  sou oficial reserva do exército do meu país, sou do 
interior tenho procedência e endereços certos." - meu pai

Não sou louco, sem mais.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Há pouco mais de 1 ano, tive meu carro arrombado pela terceira vez perto de onde trabalho. Foi durante o dia, mas sobre um grande temporal que deixou a cidade parecendo um cenário de guerra devido as árvores e postes que foram ao chão. Desta vez, o meliante roubou a minha bolsa de academia (com tennis e etc) e um cantil. Talvez, devido ao aborrecimento, voltava para casa certamente meio entristecido, após sair do prédio da minha ex-namorada no Coreu. Na última curva perto de casa, meu carro, um Celta ano 2001 que me acompanha há mais de 8 anos, escorregou na lama depositada pela grande chuva na curva. Foi um momento de grande sufoco e adrenalina. O freio do carro de nada adiantava. O carro simplesmente dançava sobre a rodovia. Com muito custo, consegui algum controle sobre o veículo, mas acabei batendo de lado naquelas barreiras de concreto que dividem a pista. Foi de leve, não quebrou os faróis como imaginei que fosse ocorrer, mas o para-choque foi danificado totalmente devido ao esforço cisalhante.

Quando tenho um problema, gosto de resolver o mais rápido possível. É uma maneira de diminuir a ansiedade, pois vemos as coisas se resolvendo e é assim que tenho conduzido a vida, desde que meu pai morreu e eu assumi as várias responsabilidades por ele deixadas.

No entanto, somente agora, mais de um ano depois tive tempo, dinheiro e principalmente tranquilidade para deixar o carro numa oficina para arrumar o parachoque, paralamas e a porta que ficou muito danificada após o roubo.

A vida segue.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

"- Mas por que não pode amar a todos nós?
- Não há bastante de mim para isso."

Diálogo entre Toni e Jung. "Um mundo transparente" - Morris West

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O sapo e o escorpião

O sapo e o escorpião  - Sobre a maldade e a ingratidão

Certa vez, após uma enchente, um escorpião, querendo passar ao outro lado do rio, aproximou-se de um sapo que estava à beira e fez-lhe um pedido:
"Sapinho, você poderia me carregar até a outra margem deste rio tão largo?"
O sapo respondeu:
"Só se eu fosse tolo! Você vai me picar, eu vou ficar paralisado e morrer."
Mas o escorpião retrucou, dizendo:
"Isso é ridículo! Eu não pagaria o bem com o mal."
E o sapo sempre se negando a levá-lo. E tanto insistiu o escorpião que o sapo, de boa-fé, confiando na lógica do aracnídeo peçonhento, concordou. Levou o escorpião nas costas, enquanto nadava para atravessar o rio. No meio do rio, o escorpião cravou seu ferrão no sapo.
Atingido pelo veneno, já chegando à margem do rio, moribundo, o sapo voltou-se para o escorpião e perguntou:
"Por que você fez isso comigo, escorpião ? Qual o porquê dessa sua maldade ? Diga-me. Por quê ?"
E o escorpião respondeu:
"Não sei... Sabe, não sei mesmo !!! Talvez porque eu seja um escorpião e essa é a minha natureza..."

Retirado do site, onde há também a versão em espanhol:
http://www.fabulasecontos.com.br/?pg=descricao&id=106

terça-feira, 16 de outubro de 2012

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A saca de sal

Texto do Contardo Calligaris

A saca de sal

Antes de viver juntos, seria bom consumir uma saca de sal. Para o quê? Para se conhecer melhor?

COMEÇOU COM um e-mail bizarro me avisando que o restauro da Fontana del Sale (a fonte do sal, em Novi Ligure, Itália) estava terminado (bizarro porque o restauro foi terminado um ano atrás). Imediatamente, a mensagem evocou em mim um momento esquecido.

Novi Ligure (leia-se "lígure") é uma cidade de menos de 30 mil habitantes; apesar de seu nome, ela não está na Liguria, mas no Piemonte. Num domingo de inverno do fim dos anos 70, eu atravessava a Piazza Mariano delle Piane, em Novi, com minha avó Elena.

Sei que era domingo porque ela tinha pedido que parássemos (íamos de Rapallo a Casale Monferrato, visitar amigos) para que ela escutasse a missa. E sei que era inverno porque ela estava com um sobretudo longo de cachemira um tanto surrada, mas especialmente mórbida, com um colarinho do mesmo astracã cinza de seu chapéu "clochê".

Também ela tinha enfiado a mão, numa luva escura, debaixo do meu braço, mais pelo calor e pela intimidade do gesto do que por necessidade de apoio ao caminhar.

Eu estava lhe contando que acabava de me juntar com uma mulher, na cidade onde eu morava, que era Paris. Ela parou diante da Fontana del Sale, que está no meio da Piazza.

"Fonte do sal" não é um apelido. No passado, o sal era crucial para preservar os alimentos (pense no bacalhau), era vendido em sacas, e era precioso. Em 1814, os noveses defenderam sua reserva de sal contra franceses e ingleses. Para celebrar o esforço, foi construída a fonte, no meio da qual surge uma figura, que aperta contra o peito uma saca, que se parece com uma daquelas almofadas que as crianças querem sempre consigo e sem as quais elas não conseguem dormir (uma foto da fonte: http://migre.me/aKii8).

Minha avó, olhando para a estátua, disse: "Prima di vivere insieme, bisogna consumare un sacco de sale" -antes de viver juntos, é preciso consumir uma saca de sal. Minha avó era religiosa, mas sábia demais para se opor ao fato de eu me juntar sem me casar. Sua preocupação era com a precipitação.

Eu, nascido em tempos de geladeira, não sabia quanto tempo duraria uma saca de sal. Mas o recado era claro: antes de se juntar, um longo namoro é oportuno.

Há uma constatação que eu faço com frequência: não sei quem começou, se fomos nós ou se foram a literatura e o cinema, mas, em geral, no início das relações, a gente idealiza tanto o parceiro quanto o novo envolvimento afetivo ou sexual (as dificuldades da etapa seguinte ficam para a comédia, se não para a farsa). Consequência: o exórdio das relações aparece como um momento glorioso, cujo espírito se perderá, inelutavelmente, ao longo do tempo, consumido pela trivialidade do dia a dia e da convivência.

Uma leitora, Ester Costa, comenta: "Eu acho que, na verdade, começa mal e vai piorando. É ruim e errado desde o começo, e a gente sabe, mas, por decreto decide que vai continuar. Ninguém esconde do outro o que é, a gente é que não quer enxergar". Ou seja, "o germe da destruição" das relações está no seu começo, "o ovo da serpente está aí".

Outra leitora, Mariana Seixas, vai na mesma direção; ela acha que, quando encontramos alguém "com quem no futuro dividiremos uma vida e quatro paredes, (...), não conhecemos bem a pessoa", e o futuro nos apresentará "uma pessoa diferente daquela dos primeiros meses de namoro".

Em outras palavras, a degradação das relações está num defeito de fábrica, numa pressa ou num descuido do encontro inicial, em que, paradoxalmente, falamos demais e não nos mostramos o suficiente.

Minhas leitoras têm razão. O momento do encontro é enganoso, por um viés de otimismo: valorizamos tanto o grande amor definitivo que acabamos enxergando sua miragem no horizonte, mesmo quando não há por quê. Você lê os três primeiros números sorteados da Mega-Sena, são os que você jogou, o coração já dispara -embora até lá você não tenha ganho absolutamente nada, nem a consolação de uma quadra.

Seria bom, em suma, segundo minhas leitoras, que os futuros consortes se conhecessem melhor.

Em tese, eu concordaria. Mas, naquele domingo dos anos 70, eu completei a frase de minha avó perguntando-lhe, justamente, se o tempo da saca de sal era para o casal se conhecer melhor. Ela fez o gesto de quem descarta uma estupidez e disse: "Ma vá un po', non per conoscersi; per abituarsi", deixa de bobagens, é preciso de tempo não para se conhecer, mas para se acostumar.

domingo, 7 de outubro de 2012

sonho

Acabava de acordar e subir as escadas da casa (adquirida pela minha irmã). Chovia muito e absurdamente o telhado recém reformado pela minha irmã estava repleto de goteiras. Meu irmão estava atônito na sala olhando as goteiras - algumas delas com panelas no chão, mas sem fazer nada.

Ao mesmo tempo, uma buzina veio do lado de fora. Minha irmã ou minha mãe (não tenho certeza) gritavam por ajuda, mas sem desespero. Quando lá ceguei, havia vários carros parados na rua e algum casal convidado do vizinho não conseguia manobrar seu carro e subir a rua, porque a mesma estava estreita por terem parados carros dos 2 lados da rua.

O casal de vizinhos, Walter e Marise, observavam a manobra dos amigos. Minha irmã estava no carro de trás querendo sair com pressa. Atrás do carro que tentava manobrar, havia um avestruz gigante, com pernas de mais de 4 metros de altura. Alguém montava o avestruz, mas não pude ver quem era e logo o mesmo conseguiu sair entre os 2 carros. Achei a situação normal (?), só lembrei em comentar ironicamente com os vizinhos que não dava p/ parar carros dos 2 lados da rua.

Voltei alguns metros e praticamente ao mesmo tempo minha mãe se queixava de seu sapato que fora presente de Natal ter descolado a sola totalmente horas antes, deixando-a em aperto na rua com chuva. Minha avó, ao lado, se sentia co-responsável, pois ela que havia presenteado-a com o sapato... Nisso minha irmã volta, reclamando indignada que o casal de vizinhos havia sido grosseiro com ela. Sai em disparada para mandar o casal "tomar no cu", mas no meio do caminho acalmei-me e pensei em só tocar a campainha e discutir a situação... acordo gritando o nome da minha irmã! 

sábado, 6 de outubro de 2012

"Eu te amei muito. Nunca disse, como você também não disse, mas acho que você soube. Pena que as grandes e as cucas confusas não saibam amar. Pena também que a gente se envergonhe de dizer, a gente não devia ter vergonha do que é bonito. Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas — se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim." Caio Fernando Abreu.

domingo, 30 de setembro de 2012

Crônica Ferreira Gullar Mensalão

Crônica de hoje, 30/09/2012, sobre o Mensalão: http://db.tt/nXyYjNCY

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Quadro elétrico


Vergonha do quadro elétrico do meu apartamento =(. Pontos de atenção:
Há 2 fios brancos emendados passando por cima dos disjuntores (o quadro serve como caixa de passagem).
A "barra de neutro" é a emenda à direita.
Atrás da emenda, vê-se uma "fase morta" (isto é, um cabo de alimentação do quadro desenergizado).

Pior é inviável reformá-lo no momento econômico que me encontro.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

João Pessoa

Emendamos o Congresso Brasileiro de Automática com uma passsagem em João Pessoa para pegarmos uma praia. Dessa vez, dividi o quarto do hotel com os 3 alunos da UFMG, Tiago, Mateus e Bernardo,  gente finíssimas! A amizade é natural: eles são meus calouros na faculdade de engenharia e falamos a mesma linguagem nerd. O contato com a juventude (#TiozãoFeelings) é uma coisa exclelente, ri bastante do grupo,  Isto é uma das coisas que mais me atrai no meio acadêmico. Todos nós estávamos interessados em tomar Sol na praia, cerveja, ver mulheres e relaxar. Logo, a praia de Tambaú cumpriu seu papel.

Nós ficamos em um hotel excelente, o Tamarsol, a alguns quarteirões da praia de Tambaú, que pretendo revisar positivamente no booking.com. Bom café da manhã e boas acomodações.

O que mais me chamou a atenção nas paraíbanas é que elas são muito simpáticas com desconhecidos na balada, bem diferente do jeito das mineiras. No sábado, fui em uma boate chamada Zodíaco, todas as garotas super elegantes. Na sexta, também fui num café alternativo (leia-se indie, gls e blah blah) perto da praia de Tambaú, foi legal também. Ótimas impressões de  João Pessoa =D, quero voltar um dia!

No domingo, comemos em um restaurante Chinês. Com certeza, é o restaurante com o melhor custo/benefício que já comi na vida. Nós 4 pagamos cada R$12,10 por um frango xadrez c/ legumes, carne de vaca c/ brócolis e uma porção de arroz dupla p/ 4 pessoas. Sensacional!

Por fim, na volta no aeroporto consegui comprar a camisa da Paraíba que eu imaginava e foi extremamente elogiada já

Fotos depois rs. 

 

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Meu sobrinho

"Dia xx/08/2012

Fiz mais um ultrassom ontem e o neném já tem 18mm. O coraçãozinho batia a 164 batimentos por minuto. O médico falou que está tudo bem. A mãe ainda está enjoada. O último desejo foi de comer galinhada. Ainda não consegui matá-lo.

beijos"

"Dia 08/08/2012

Hj fiz o primeiro ultrassom. O nenem já tem 3 milimetros! E tem 5,5 semanas de idade. Deu pra escutar o coração bater. 96 batimentos por minuto. Estou tendo enjôo todo dia de manhã. O sono é quase o dia inteiro. Daqui a três semanas vou fazer outro ultrassom. amo vocês

beijos

Rachel"

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Campina Grande - Paraíba

Estou em Campina Grande para participar do Congresso Brasileiro de Automática. Um dos projetos que participo tem 3 artigos aprovados aqui e acompanho os alunos da UFMG que irão apresentá-los.

A viagem foi meio maluca, porque virei a noite na gandaia c/ os amigos: era aniversário do Marconi (@mateusmr) e o Bóris (@borgesr) estava em BH; e o sistema da empresa me obrigou a comprar a passagem mais barata com o vôo às 7:29hrs e quatro! horas de escala no Galeão RJ!

Na ida, sentei ao lado de uma senhora indiana já há 35 anos no Brasil, mas que ainda fala português muito mal. Não entendia quase nada do que ela dizia, mas como estava com muito muito sono, acabava concordando para não ter que render muito assunto.

Porém depois que tirei meu primeiro cochilo e já no aeroporto do Galeão, ela até mostrou-se ser uma senhora simpática, apesar de nossas dificuldades de comunicação continuarem. Ela falou que seus 2 filhos também são engenheiros eletricistas. Um fez doutorado na Alemanha e é professor em João Pessoa, o outro fez "só" o mestrado e é, segundo ela, "presidente" da Stefanini em Belo Horizonte. Por algum motivo que não entendi, ela está se mudando para João Pessoa. Foi bom p/ passar o tempo, ela me mostrou fotos de suas viagens ao redor do mundo e eu mostrei fotos da minha família também.

O transporte de João Pessoa para Campina Grande nós fizemos numa van do evento. Digo nós, pq a essa hora, fiquei conhecendo outras pessoas que participariam do evento. São elas: um pessoal do Cefet-MG de Leopoldina, 3 caras e uma menina e um físico mestrando em engenharia e um dourando, ambos da UFRJ.

O que me chamou a atenção no caminho p/ Campina Grande foi a quantidade de geradores
eólicos que vi, utilizados pelos sítios e fazendas para bombeamento de água. Vou subir uma foto, mas enquanto ela não vem, explico que é o modelo  daqueles filmes americanos estilo "A conquista do Oeste"

Imaginava CG uma cidade um pouco diferente. A cidade está bastante suja, mas vê-se claramente progresso em altos e novos edifícios residenciais. 

 O hotel em si é uma espelunca. Resolvi ficar no mesmo hotel que o pessoal da UFMG e de quebra, economizo para a empresa. Ontem por exemplo, não tinha água quente no banheiro (água bem morninha mesmo), há uma janela basculante no box, onde se escuta barulhos do banheiro do outro quarto, vi uma baratinha ao lado da mesa de café hoje, a estante da TV é torta, bem como várias outras coisas aqui no Hotel são tortas e esquisitas (fotos depois). Mas ok. É o tipo do hotel em eu acredito que você pode encontrar o amor da sua vida. Então, por amor vale a pena.


Gostei muito das apresentações que vi ontem. Fiquei surpreso positivamente. Mas algumas decepcionaram muito. O CBA é um evento puramente acadêmico e eu que trago a visão da indústria, tenho muita coisa a criticar e contribuir. Por exemplo, um mestrando apresentou um artigo que ele dizia que o custo para abrir manualmente uma chave de distribuição era apenas U$3,00 (é mais de U$300,00, foi o que lhe falei depois pessoalmente...). Meu estado mental também está melhor, assim contribui para que tenha mais paciência com eventos, vejo claramente como amadureci nos últimos anos, fiz perguntas e sugestões em quase todas as plenárias que participei. Além de tudo, a minha interação com os alunos do UFMG tem sido importante para melhorar o direcionamento do projeto.

Tanto segunda-feira quanto domingo a cidade mostrou-se muito deserta, talvez lá para quarta-feira tenha algo mais agitado para fazer. E SIM, as paraibanas são lindas pelo que vi até agora!

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Como impermeabilizar paredes de contenção e arrimos (dreno)
http://dl.dropbox.com/u/22112902/dreno.pdf

Fonte: Guia Weber - Quartzolit

velhos sanguinários

Mortes de Bruce Willis, Sylvester Stalone, Jett Li,  Schwarzenegger e van-Damme
http://dl.dropbox.com/u/22112902/velhos_sanguinario_materia_FSP_31_08_2012.pdf

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Nelson Rodrigues e 50 tons de cinza. Artigo de Luiz Felipe Pondé na Folha de SP  http://t.co/Aq8iOh2N

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Leopoldo - Francisco Alvim

Leopoldo - Francisco Alvim

Minha namorada cocainômana
me procura nas madrugadas
para dizer que me ama
Fico olhando as olheiras dela
(tão escuras quanto a noite lá fora)
onde escondo minha paixão

Quando nos amamos
peço que me bata
me maltrate fundo
pois amo demais o meu amor
e as manhãs empalidecem rápido

sábado, 18 de agosto de 2012

Portal transparência

Pra você, que estuda ou estudou em universidades federais, veja o salário dos seus professores:

http://t.co/8n5tsGsJ

Apoio a iniciativa.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Ulysses em um tweet, matéria de Marcelo Tapia FSP: http://t.co/JJMy6JFz

domingo, 12 de agosto de 2012

Sobre o amor e outras doenças

Meu pai era uma pessoa mais inteligente do que sábio, mas, ao seu modo, soube criar bem os filhos:

Cresci com ele contando na mesa de almoço que um amigo dele de Barbacena se suicidou porque se apaixonara por uma prostituta e a mesma se mudara para o Rio de Janeiro. O cara passou a noite fumando e apagando os cigarros no braço até dar um tiro na cabeça.

Esta é minha homenagem ao dias dos pais.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Guarapari 04 e 05/08

Esta é minha mãe dirigindo no melhor estilo neurótica lacaniana dirigindo bem mais acelerada que de costume pela rodovia do Sol. Este sou eu ao seu lado, com Macbook aberto, tentando fazer o web-check-in da Trip.

Saímos pontualmente às 17hrs de nossa casa em Guarapari, tempo suficiente para chegarmos ao aeroporto de Vitória às 18hrs. Ok, 44 minutos antes de meu vôo de volta para Belo Horizonte, mas suficientes para o embarque, se não fossem os engarrafamentos causados por pelo menos 2 batidas em pontos diferentes da rodovia.

O web-check-in demorou mais de 10minutos e já prevendo o que aconteceria, deixei o pdf do cartão de embarque aberto com zoom p/ que poder entrar na sala de embarque. Nessas horas, é impossível não se lembrar do amigo Bruno Motta que já usou solução igual.

Assim chegamos ao aeroporto às 18:25hrs com a segurança que daria tudo certo. Despedi-me de minha mãe com um beijo rápido. Minha única preocupação era ter algo proibido na mala, já que a mesma agora iria como bagagem de mão. Com o notebook aberto, entrei na sala de embarque depois da a leitura do código de barras na tela o pdf. Quando vi na TV que meu vôo estava com embarque imediato, pedi a todos para passar na frente da fila, e assim o fiz. Tão logo passei a mala pelo raio X, os alto falantes já estavam chamando meu nome. Assim que prontifiquei-me ao operador, ele perguntou-me: “Cadê o seu cartão de embarque?” eu: ”Eu não imprimi, mas está no meu notebook se o Sr. quiser ver”, falando também a poltrona que deveria assentar. Ele fez uma cara de quem não gostou e pediu a impressão de meu cartão para alguém pelo rádio. Então, sai da sala e fui correndo para o avião Embraer A190 c/ destino a Belo Horizonte.

A estadia em Guarapari foi muito rápida. Antes de viajar, havia comentado com minha mãe que era o período da vida em que nós ficamos mais tempo sem se ver (7meses). Ela, uma fofa, discordou dizendo: “Meu filho, eu te esperei por 9 meses”. Sempre que visitamos mamãe é melhor a que ficar num resort 5 estrelas.



Cheguei às 11hrs de sábado e após cumprimentar os cachorros, fui imediatamente à praia. A novidade é extamente esta. Além do Otto, cocker da casa, minha mãe ganhou a pouco tempo a Shana, uma filhote meio    Rottweiler.




Na praia,  deitei direto na areia e cai num sono profundo. A sensação que tinha era que meu corpo havia derretido junto à areia. Queria levantar, mas por 2 ou 3 vezes, não tive forças . Quando consegui levantar dei aquela nadada, que no meu caso implica em vinte poucas braçadas de borboleta em direção ao fundo do mar até cansar.


Após o almoço de mamãe, onde comi o dobro que habitualmente, um novo cochilo era inevitável. Pensara que ainda conseguiria pegar nova praia no sábado, mas o cansaço era tanto que só acordei quando já era noite. À noite, mostrei a maior parte das fotos do mochilão e ficamos colocando os assuntos em dia.


No domingo, acordei cedo, passei pela praia. Cheguei a pensar em catar conchinhas na praia, mas dessa vez não tinha a quem entregá-las em Belo Horizonte. Li algumas páginas do livro ”Um mundo transparente”, mas o sono veio e a mesma cena da dormida de sábado se repetiu. Sinal que eu descansei. Após o almoço, novo cochilo e banho saímos de carro para o aeroporto.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Loucos e Santos - Oscar Wilde

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
(...)Deles não quero resposta, quero meu avesso.
(...)Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
(...)Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
(...)Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Futuros Amantes - Chico Buarque

domingo, 29 de julho de 2012

segunda-feira, 16 de julho de 2012

O que eu lembro do On the road?

Quando tinha 23anos ganhei de presente da minha avó o livro On the road, aquela versão pocket da LPM. Devorei-o rapidamente adorando a cadência das 5, creio, histórias do Keruac. Não, não quis fugir de casa, como o prefácio do Eduardo Bueno diz que alguém famoso que não me recordo fez. Eu já sustentava a casa na época. Mas o livro me transportou para uma outra realidade, o que é bem próprio o papel da literatura e das artes. Diverti muito, em vários momentos dando gargalhadas! Comentava bastante com minha amiga Mi sobre as histórias, era muito bom e empolgante! As personagens principais, principalmente Sal Paradise, lembrava-me muito meu pai. Ok, sei que são gerações diferentes e também países diferentes, mas o jeito agitado de levar a vida, lembrava-me muito o que sei do passado hippie de papai.  Agora um filme foi lançado. Ainda não o vi. E, sábado a noite, no meio da balada, comentava com um colega que iria twittar alguma coisa sobre o que eu lembrava do On the road. O resultado está aqui, neste post.Lembro que eram 5 ou 6 capítulos sobre viagens. No início Sal mora com sua tia e mostra o despertar da necessidade de viajar. Dean Moriarty é tratado como uma espécie de lenda logo no inicio do livro. Acho que a primeira viagem, Sal a faz sozinho e Dean aparece do segundo capítulo em diante. Lembro uma das histórias ele pega uma carona com um cara que dizia ter acabado de decepar seu próprio dedo. Em outra das viagens eles se hospedam no sítio do amigo, William S. Burroughs acho, que estava tentando se livrar das drogas... Em uma das viagens Sal, trabalha com alguma coisa, não me lembro ao certo, mora num trailer e tem uma namorada, em outra ele resolve subir uma montanha no último dia de sua estadia neste local. Esta passagem me marcou bastante! Lembro da namorada de Dean, Marylou e também, mais no fim do livro, de um jantar, aonde, ele reencontra Dean, após muito tempo, mas o resultado é catastrófico, pois eles brigam, por algum motivo besta. Carros roubados, confusões, noites de jazz, tanta coisa e tantos personagens de uma leitura de mais de 7 anos atrás. Kerouac, um jeito interessante de entrar para a história!

quinta-feira, 12 de julho de 2012

gastos mochilão

Barcelona: 80€/dia
Paris: 65€/dia
Amsterdam: 67€/dia
Berlim: 53€/dia
Praga: 46€/dia
Viena: 32€/dia
Budapeste: 25€/dia
Munique: 37€/dia

*exceto hospedagem e passagens entre as cidades. Inclui: alimentação, transporte na cidade, passeios e gandaia (que é a parte mais cara de qualquer cidade).

domingo, 8 de julho de 2012

Dia 08/06 - Barcelona

Hoje acordei e tomei cafá da manhã do Hostel (que é bem simples por sinal). Fomos ao museu Picasso. Apesar de conhecer um pouco da obra do artista não sabia que sua releitura de As meninas de Velázquez era uma série (imaginava que era só a pintura abaixo). Só esta "série" vale a visita no museu e vemos Picasso arregaçando e mostrando porque ele é o melhor dos melhores.

Na saída, experimentamos um almoço atrás da Catedral de Barcelona. Meu prato: Entrada macarrão a carbonara, Prato principal: Steak c/ fritas. Tudo por 10,50 euros mais vinho =)

Na segunda parte do dia, resolvemos visitar o Aquário de Barcelona e também tentamos visitar o museu marítmo, mas o mesmo estava em reformas com a exposição do acervo limitada, então decidimos não entrar. O aquário é uma visita interessante, principalmente para quem gosta de peixes, mas achei um pouco cara (18euros).

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Dia 01/07 - Munique

Chegamos bem cedo, pontualmente às 06:05hrs na estação de Munique Ostbahnhof. Deixamos as bagagens no hotel que ficaríamos e fomos direto passear pela cidade, já que só poderíamos entrar no quarto às 14hrs. Estava esfomeado e tive a idéia de tomar café da manhã no Hostel Wombats. Na verdade, nós bem que gostaríamos de ter nos hospedado neste hostel, também em Munique, mas não havia mais vagas quando fomos reservar... Assim compramos nossos tickets por 3,80euros e fomos p/ a sala de café. Foi engraçado, pois ao contrario do Wombats de Viena e Budapeste, no hostel de Munique para ter acesso a sala de café da manhã é necessário ter o cartão de hospedagem do hostel. Assim, tivemos que esperar alguém passar pela porta e foi uma sorte um cara oriental estar entrando aquela hora no hostel. LOL

Tomamos um café super reforçado e partimos a pé p/ conhecer a cidade, fazendo o tradicional roteiro Karlplatz -> Marienplatz. No caminho, entramos na primeira igreja Fraunkirch e estava começando uma missa, exatamente às 8hrs de domingo! Posso dizer que praticamente havia uma orquestra e um coral inteiro dentro da igreja, o que nos animou a assistir a missa. No entanto, passados alguns minutos, eu e meu colega fomos tomados por um sono incontrolável, o que fez c/ que abandonássemos a missa e procurássemos um parque para dormir um pouco.

 

E assim fizemos, logo ali do lado havia o parque, onde dormimos até meio dia. Por precaução, e também para demonstrar profissionalismo, prendi a mochila, aonde estava meu notebook, junto ao banco da praça. 



Renovados, continuamos a andar por Munique em direção ao English Garten. O dia estava muito bonito, céu azul sem nenhuma nuvem e calor. Foi uma surpresa na entrada do parque termos vistos vários alemães surfando exatamente no rio que corta o parque. Isto mesmo, surfando! Inclusive algumas alemàs muito bonitas que podem ser vistas nas fotos abaixo.








Continuamos a andar pelo parque, quando chegamos em um campo aberto com várias pessoas tomando Sol com roupa de banho e algumas, inclusive, totalmente nuas! Diante deste cenário e do calor infernal, resolvi parar e tomar um Sol só de cueca mesmo (obs: cueca bacana, vermelha e de elástico) LOL. Entrei no rio, mas não deu para dar as braçadas que eu queria, pois a correnteza era muito forte (eu tinha que ficar segurando a cueca para não perdê-la). Continuando a diante, chegamos na tal torre chinesa, a onde funciona um restaurante chinês. Não vi muita graça na torre em si como ponto turístico, mas comemos um almoço caprichado!




Na volta, o tempo mudou radicalmente, o céu ficou completamente nublado com ventos muito fortes. Uma cara de tempestade a caminho que felizmente não veio. Saímos do parque pelo lado esquerdo, quando passamos pela frente da universidade de Munique e das 3 pinacotecas da cidade. Resolvemos entrar na Pinakothek der Moderne, uma grata surpresa para o vimos lá por apenas 1euro =)

Pinakothek der Moderne possui 3 sessões: uma de arquitetura, uma de arte e outra de design. A de arquitetura não achei tão interessante, uma vez que a maioria de o acervo estava apenas em alemão. A de arte foi uma grata surpresa, sendo melhor até que a visita ao museu do Van Gogh em Amsterdam. Tive a oportunidade de ver obras de artistas que admiro muito, como Paul Klee, Magritte e Max Ernst. E o melhor ainda estava por vir: a parte de design, cujos meus olhos estão se voltando somente agora, aos 30 anos de idade.

Fotos: abaixo:


Quadro de Paul Klee



 Cadeira M. Thonet