(...) quem chora no cinema ao ver o reencontro de pai e filho; (...)
quem se ri das próprias rugas; (...)
quem procura na cidade os traços da cidade que passou; (...)
quem diz a uma visita pouco familiar: Meu pai só gostava desta cadeira; (...)
quem se lembra todos os dias do amigo morto;
quem jamais negligencia os ritos da amizade;
quem, não tendo o hábito de beber, liga o telefone internacional no segundo uísque a fim de conversar com amigo ou amiga;
quem passa mais de dez minutos a fazer mágicas para as crianças;
quem guarda as cartas do noivado com uma fita;
quem sabe construir uma boa fogueira;
quem não se acanha de achar o pôr-do-sol uma perfeição;
quem se desata em sorriso à visão de uma cascata ;
quem visita sozinho os lugares onde já foi feliz ou infeliz;
quem sente pena da pessoa amada e não sabe explicar o motivo;
todos eles são presidiários da ternura e andarão por toda a parte acorrentados, atados aos pequenos amores da armadilha terrestre.
O texto do Paulo Mendes Campos são meus votos de feliz Natal e próspero ano novo!
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