Pedras Rolando

Sou um cão sem dono
A tecer os fios da canção
Bicho das esquinas
Pedra de amolar
De tirar o limo do som

Sou um trem sem sono
Atravessando a noite do sertão
Força do destino
Fonte do prazer
Ter você na palma da mão

Alguém como você faz acontecer
Alguém que faz bater
Alguém que faz voar de tanto bater
Que nem tambor das pedras rolando
Seja o que for

Reunir a tribo
Repartir viagens sob o sol
Lenha na fogueira
Bucha do balão
Faz a nossa chama arder

Sou um trem cigano
Carregando almas sob o sol
Coração de ouro
Algum calor irmão
Faz o nosso amor crescer

E para sempre é o que tem de ser
Na luz de sua clara presença
Seja o que for

Composição: Beto Guedes / Ronaldo Bastos

Pensamento

O número do meu CREA-MG é 95570. O CREA do papai era 12411. Em 33 anos, o número de engenheiros, arquitetos e agrônomos no estado aumentou quase que uma ordem de grandeza.

O Edmundo, meu mestre e vizinho, fez uma peregrinação recentemente, andando a pé de Caxambú a Parati pela estrada Real. Foram 9 dias (280km).

No caminho, ele recolheu tudo quanto é parafuso, porca, arruela, arame que ele encontrou, juntando uma quantidade significativa de material.

Achei isso de uma sensibilidade sem tamanho. Sugeri uma exposição de arte dos achados junto com as fotos da viagem.

Eu tenho um sonho recorrente que é mais ou menos o seguinte:

Eu estou às vésperas da minha formatura em engenharia, quando lembro que estava matriculado numa matéria, cujas as aulas eu enforcara por trabalho (ou esquecimento, em alguns sonhos) durante quase todo o semestre e cujos os créditos eram necessários p/ minha formatura.

Às vezes, em alguns sonhos nem tudo está perdido: tenho a chance de estudar toda a matéria do semestre para fazer a prova final naquela semana, onde o êxito é praticamente impossível. Logo é aquela ansiedade.

Ontem revi esse pesadelo na minha cabeça.